Templos
O primeiro templo de Fiães de que se tem conhecimento, a primeira igreja ou ermida onde os Fianenses se reuniram para dar honra e prestar culto a Deus, à Virgem Santíssima e aos Santos, remonta à época da reconquista (séculos IX a XII). Esta igreja terá existido no fundo do lugar de Fiães. Essa igreja primitiva, bem como a segunda, existiram no sítio ao qual se chama hoje Adro Velho ou Passais da Igreja. Muito provavelmente quem edificou a primeira igreja foi a padroeira da mesma, Dona Chámoa Soares, ou algum dos seus ascendentes, pois a doou ao mosteiro de Pedrosos já no século XI (1079). Naqueles tempos era comum os senhores das aldeias construírem a casa de Deus.
A segunda igreja de Fiães foi construída à custa do povo e a sua fundação remonta à época das Conquistas e dos Descobrimentos. Consta num documento oficial que a igreja foi edificada no ano de 1471, no reinado de D. Afonso V. Esta igreja tinha 112 palmos de comprimento e 28 de largura, era voltada a sudoeste e a sua arquitetura era "composita, antiga". Consta que a segunda igreja de Fiães tinha 3 altares: no altar-mór estaria colocado o Santíssimo Sacramento, tendo de um lado a padroeira (lado do Evangelho) e do outro o Santo Amaro (lado da Epístola). O altar colateral do lado do Evangelho seria o da Senhora do Rosário, Santa Ana e Santo António. O altar colateral do lado da Epístola seria o do Santo Cristo e de S. Sebastião e do Menino Jesus. A igreja possuía duas sacristias, uma para os padres e outra para as confrarias. Em data incerta levantou-se ao lado do frontispício da igreja uma torre elegante com dois sinos. Por ameaçar ruina esta igreja foi demolida aproximadamente em 1880, sendo aproveitados para a nova parte dos seus materiais. Foram ainda vendidos para fora os dois altares colaterais bem como a torre (esta para Sanguedo). Durante cerca de quatro anos (1881-1884) a capela da Conceição serviu de matriz. D. Moisés Alves de Pinho terá sido batizado nesta capela.
No dia 16 de Dezembro de 1875 a junta de paróquia deliberou por maioria de votos a construção da nova igreja matriz. A junta deliberou pedir ao governo um subsídio de cerca de 2.809 contos de rei, acrescentando que a oferta de donativos dos paroquianos de Fiães ascendia a cerca de 5.090 contos de rei, quantia a que se devia juntar o valor dos materiais aproveitáveis da igreja velha (aproximadamente 640 contos de rei). A despesa com a construção da nova igreja e aquisição dos terrenos para a mesma e o respetivo adro foi orçada em cerca de 8.540 contos de rei.
Em Maio de 1880 começaram as obras e em Fevereiro de 1884 o novo templo foi benzido e aberto ao culto. O início das obras foi adiado por não haver consenso em relação ao local da nova igreja e devido ao atraso dos subsídios do governo. Por fim, prevaleceu o critério da junta de paróquia e a nova igreja foi edificada no centro da freguesia, no lugar dos Valos. A igreja viria também a ser muito mais ampla que a anterior, estando voltada a nascente. O altar-mór da igreja dos Passais foi trazido para esta e colocado abaixo do arco do cruzeiro, do lado da epístola.
A torre sineira assenta e ergue-se sobre o frontispício. Tem dois sinos grandes que têm esculpidos na face externa a imagem da padroeira e uma cruz. Em Fevereiro de 1921 a torre sineira de Fiães recebeu um relógio e em 1923 foi toda revestida de azulejos. O baptistério da igreja, bem como o guarda-vento e o coro alto são elementos imponentes da igreja. A nave da igreja é bastante grande, comportando centenas de pessoas, e tem muito pé direito, sendo o teto abobadado. A igreja tem dois púlpitos de talha dourada e dois confessionários de estanho. Tem ainda 9 altares de talha simples. Os altares colaterais do lado do Evangelho têm por titulares S. José, Nossa senhora do Rosário,
Mais recentemente, no período em que o Padre Inácio era o páraco da paróquia, o altar foi alterado, sendo orientado para o povo. Ainda mais recentemente, já com o Padre Campos como páraco da paróquia, a sacristia foi renovada e foi construida a capela do Santíssiimo. Ao longo de todos estes anos, a igreja tem também sofrido vários trabalhos de restauração.
